Ao contrário do que eu pensava, o meu dia de anos foi o pior de sempre. Explico: passei o dia todo em casa, sozinha sem fazer nada. A dada altura apeteceu-me e fui pintar o cabelo. Voltei para casa, onde não ia fazer nada. Às 14h ligam-me para ir ter com as batráquias a casa delas. Às 16h lá fui eu. Tinha que estar em Sta Apolónia supostamente às 18.30 mas o Apêndice enganou-se e afinal chegou às 18h. Correria de transporte para transporte para poder ir buscar o menino. Cheguei, saí. Voltámos para casa, jantámos com a mãe e a irmã e fomos para Lisboa. Supostamente ia sair com um certo número de pessoas mas à última cortou-se e só foi metade. À meia noite estava no Cais do Sodré à espera dos que faltavam. Fomos ao Bairro mas mal se andava por lá. Acabámos a noite no largo do carmo com umas litrosas e uns charros, uns bongós e umas flautas. Pessoal bacano que se junta por lá a quem nós nos colámos. Depois fugimos dum bacano que COMPLETAMENTE SOZINHO E A UNS BONS METROS DE DISTÂNCIA resolveu querer assaltar-nos. Entretanto voltámos para o Cais do Sodré onde tínhamos o carro, ajudamos um grupo que tinha o amigo quase em coma alcoolico, e a querer apanhar atalhos para fugir à marginal acabámos na margem sul. E pronto, foram os meus 19 anos...Vai correr bem, vai vai.
Juntámo-nos seis. Moças bem-parecidas, três solteiras, três apaixonadas. Conhecemo-nos este ano, o primeiro da faculdade. O mesmo curso, a mesma turma, as mesmas opiniões, os mesmos jeitos, ficou "o grupinho". Combinámos o jantar em casa da Jo e da Ruiva. Encarreguei-me da "rega", comprei duas garrafas de Gazela, houve depois quem contribuísse para um pack de não-sei-quantas minis, vodka preta e martini. Por volta das 21h comíamos bem, bebíamos bem, no fundo divertíamo-nos. Coisa puxa a coisa, copo a copo, cigarro a cigarro, quando demos por nós estávamos bem regadinhas e bem alegres. Lá para a 1h da manhã seguimos para os Marretas.
Nos Marretas a coisa ficou diferente, quer dizer, tirando o facto de estar completamente abarrotado, poças de vomitado à porta da casa de banho, gajos e gajas que se acabam de conhecer a comerem-se ali à grande, e gajos chatos como as putas a tentarem a toda a força infiltrarem-se no nosso grupo, até deu para curtir. Quando um grupo assim de gajas sai, viramos todas lésbicas. É mais prático, mais seguro, e ainda nos rimos com as reações dos abutres que tentam bicar qualquer coisa dos nacos. Irrita-me um pouco ter de estar constantemente a mandar cotoveladas e empurrões nos "meninos" que saem apenas para se infiltrarem e tentarem conseguir alguma coisa. Acho que agora estou perita na dança da galinha, oh yeah.
Na sala de chuto:
"Quando acabarem as frequências vamos apanhar a puta!"
Perceberam?
Ontem saímos. Jantar naquele sítio típico, onde o mar está perto e a sangria é óptima. Bebemos. Bebi o quanto bastasse, e depois comi um tiramissú embebido em rum. Delicioso. Fumámos tabaco. Fumaram ganzas. No parque de estacionamento em frente à praia, eu e ela em cima do muro a dançarmos que nem umas loucas para eles dentro do carro, a olharem para nós com cara de parvos.
Era menina para ir para uma discoteca naquela noite, mas não fui. Não gosto de discotecas. Em vez disso liquei ao Apêndice e, quente como estava disse-lhe:
"Se estivesses cá hoje faríamos sexo como nunca fizémos"
Percebi que ficou embasbacado do outro lado. Gosto de chocar. E ontem senti a falta, a falta de amor, de carinho, de abraços, de amaços, de apertões, beliscões, apalpões, sexo, muito sexo, sexo durante toda a noite. Mas pronto, vim para casa e adormeci... Não vou dizer o que sonhei!
sms: "dama di guetto bora ao cheesecake esta noite?"
E vou porra!Estou a precisar de desanubiar a cabeça. E ainda por cima o Man vai. O Man é um amigo de longa data, 10 ou 11 anos talvez, que um dia resolveu ter uma namorada (o ano passado) e desde então deixou de se dar com os amigos. Combinaram-se cafés, jantares, noitadas, e ele nunca podia ir porque a menina não podia, não deixava, não queria, inventava desculpas. Éramos os melhores amigos e agora não nos falamos. Moramos perto um do outro e raramente nos vemos. Será destino?
E hoje ele disse que vai...Saimos às 20h. Talvez as 19.50 ele diga "afinal não posso ir" ou então não diga absolutamente nada, o que já é hábito. Mas meus amores, se ele hoje for, o bicho vai pegá!
À parte: secura entre mim e o apêndice. Será falta de sexo?
Ontem a noite começou num restaurante italiano, passando por um bar no Largo de Camões em Cascais, apinhado de malta de 30/40 anos, boa música, boa onda, muita dança, indo depois acabar em casa da S. com uma guitarra e música pimba.
Já fazia falta uma boa noite rodeada de bons amigos, um copo e boas conversas, enfim, um autêntico bacanal, diga-se.
By the way hope you like the changes! xoxoxo
Eu sei que não costumas sair, não tens essa hábito. Mas ontem afectou-me. Afectou-me por ter passado a tarde toda fora e tu em casa, e quando chego mal tens tempo para mim e sais a correr. Não tens culpa, eu sei. Já me tinhas avisado. Eu é que faço sempre de conta que não me importo com isso ou que não é importante. Não fazia birra há algum tempo e ontem, eu sei, deu-me para isso. Tive ciúmes, confesso, confessei-te. Ciúmes de teres saído e eu ter ficado em casa. Normalmente estou-me nas tintas para o que sentes quando chego a casa e digo "Vou jantar fora com eles" Dizes-me sempre "Ok amor, diverte-te, amote muito". Ontem fui mais complicada e por trás do "Ok..." houve um sinal de que estava furiosa por saires. Já te falei do sentimento de posse. Sim, sinto que és meu e ninguém te pode ter... Mas no final, não há razões para isso. "Eu amo-te" disseste. Eu sei isso, é tudo o que me basta. Mas . . .
Aiiiiiiiii porque é que temos de ser sempre tão complicadinhas???!!!???
Ontem a noite estava perfeita. Tu estavas lindo, eu presa nos anos 40. Brincávamos juntos como crianças, olhávamos um para o outro radiantes, olhos a brilhar, tão felizes por nos termos ali um ao outro naquele ambiente estranho, com gente estranha, vestida de forma estranha. Desligámo-nos do que se passava à nossa volta, fizemos questão que aquela noite fosse só nossa. Jantámos juntos, à luz tremida das velas, rimos das etiquetas, dos modos, da "boa educação". Estávamos únicos e perfeitos, a meu ver. Dizia-se que era altura da dança. Descemos até ao salão, pensava que agora iria cair nos teus braços e rir como uma louca enquanto rodopiavas comigo pelo salão fora. Pensava. Agarrei-te pelo braço e gritei "Vamos!" Não vieste, não querias vir. Parei e olhei-te com olhos tristes, "porquê?" Não querias, simplesmente não querias. Chorei, chorei tanto. Chorei porque não querias dançar comigo, porque não querias ser mais louco ainda. Fugi para o jardim e chorei. Queria ir-me embora dali. Estava tudo perfeito... Vieste ter comigo sem explicação, gritei contigo, esperneei. "Esta noite era para ser perfeita!E tu estragaste-a!" Não me lembro de me sentir tão triste, tão oprimida. Sim, oprimida, sentia que me tiravas a liberdade toda. Não me deixavas rodopiar nos teus braços no meio de toda a gente. Não deixavas que toda a gente visse que nos amamos. E agora toda a gente via que estávamos a discutir, e pensavam "Eles não são perfeitos!" Todos dançavam, todos riam, e eu chorava e gritava contigo. E tu beijavas-me. "Desculpa" disseste tão baixinho que mal ouvi. Não sei se o sentias, no fundo.
Voltámos para dentro, limpaste-me as lágrimas, agarraste na minha mão e fizeste-me rodopiar no meio de toda aquela gente. Os teus lábios encostaram-se aos meus. Olhaste para mim e disseste um doce "Amo-te". E eu, pergunto-me. Eu abracei-te com força e disse-te ao ouvido "Eu também".