Andei a remexer nos meus livros perdidos na prateleira, à procura de inspiração. Não sabia o que escrever ou o que falar. Depois de passar por uma fase má, não achei coerente vir aqui por qualquer coisa do género "estou super feliz porque tudo se resolveu e agora só me apetece dar uma foda e esquecer tudo". Nhe, não seria normal. Então ei senão quando agarrei num livro que comecei a ler, mas depois contaram-me a história e eu perdi a vontade, e abri numa página bem apropriada para a coisa. E dizia assim:
"Gostaria de poder fazer por ele o que ele fez por mim. Pensei muito, e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo de os corpos se verem.(...)
Todos sabem amar, pois já nasceram com esse dom. Algumas pessoas já o fazem naturalmente bem, mas a maioria tem de reaprender, relembrar como se ama, e todos - sem excepção - precisam de arder na fogueira das suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e subidas, até conseguirem ver o fio condutor que existe por trás de cada novo encontro; sim, existe um fio ali.
E, então, os corpos aprendem a falar a linguagem da alma, a isso chama-se sexo, é isso que eu posso dar ao homem que me devolveu a alma, embora ele desconheça totalmente a sua importância na minha vida. Isso foi o que ele me pediu, e tê-lo-á; quero que ele seja muito feliz."
Paulo Coelho em Onze Minutos
Hoje o dia foi uma merda sabem? A única coisa que me tirou dali foi um livro que comecei a ler na quarta feira; mas também não durou muito porque o acabei na aula de sociologia (sim, é o que eu faço para tornar aquelas aulas "úteis"). As aulas foram uma merda, as pessoas uma merda são. Desculpem estar a ser tão ordinária mas é assim que me sinto, vulgar. O tempo ia a meio, parecia que o ponteiro do relógio não avançava. Não via a hora de sair dali.
Não sei se é impressão minha ou capricho, mas se fosse um peixe, sentia-me sufocar sem o oceano. Se calhar ainda bem que me sinto assim. Por outro lado sinto que vivo num aquário minúsculo, onde todos sabem a vida uns dos outros.Ah, e opinam sobre ela também! Hoje passei por isso, outra vez. Por favor! Porra, começa a ser demais! Cada episódio tem um efeito negativo acrescido. Começo-me a passar com esta podridão que me rodeia.
São todos tão queridos, tão fofos, tão bonitos, tão perfeitos e tão....igualmente mortos! Adoptam aquela atitude do amigo porreiro e depois, duas horas passaram desde que contámos aquele episódio do fim de semana e a nossa vida e a nossa pessoa já são tema de mesa de café.Fodasse! Isto não me devia afectar, não senhor, mas na verdade estava capaz de explodir.É nestes dias que me apetece disparar em todas as direcções e não deixar sobreviventes. Mas para quê? Para limpar o fígado, como ela diz. Tem razão, mas para quê? Eu não sou mesquinha, tou-me a cagar! Daqui a uns meses não vos ponho a vista em cima e depois, depois sou só eu e copos, depois sou só eu, tu e copos!
E quanto a vocês meus xuxus?! Só espero que um dia mordam a língua. Tenho pena, muita pena. Mas cada um tem aquilo que merece, e eu tenho tudo, vocês têm o vosso umbigo, o vosso veneno e a vossa abertura de pernas. Boa sorte para a vidinha que vos espera!