Morta?
Eu?
Quase...
A vida complicou sem eu dar por isso. Virou do avesso e eu continuo sem saber qual o meu lugar, qual o meu papel. Estou quase morta. Porque estou cansada, porque estou farta, porque não aguento os meus sapatos. Porque morro de frio quando está calor, e morro de calor quando está frio. E às vezes morro de fome e depois quando como, quase que morro de tanto comer. Morro de amores por ele e morro de saudades.
Não estou bem nem aqui, nem em lado nenhum. Mas depois sei onde é que eu estava bem. Até lá ainda falta. Vou ter de esperar, de desesperar e vamos lá ver se até lá não morro.
...datam-se duas coisas totalmente diferentes, totalmente opostas, totalmente em desacordo. Faz hoje uma semana que perdi um elemento que foi importante na minha vida. A morte do meu tio ainda me atormenta momento sim, momento não. É curiosa a forma como certas palavras que certas pessoas nos dizem teimam em ficar na memória anos e anos a fio e nunca se desvanecem. O sorriso dele a dizer aquelas palavras transforma-se em lágrimas nos meus olhos sempre que recordo a sua voz. Tenho saudades... E tenho saudades daquele lado da familia que sorria, que mandava piadas e bocas, que brincava. Tenho saudades dos 4 irmãos estarem juntos e gozarem uns com os outros. Tenho saudades de ver o meu pai falar connosco. Ele não fala, desde segunda-feira que se fecha no seu mundo. E que mais posso fazer eu senão respeitar a forma como ele sente a dor de ter perdido o irmão mais velho?
A outra coisa que data o dia de hoje, são os 2 anos e 10 meses de namoro com o Apêndice. É ridiculo, eu sei. Mas só há poucos minutos é que dei conta desta "estranha" coincidência. Não me levem a mal.
Desde ontem. Um silêncio arrepiante. Uma indiferença. Uma ignorância. Nestas alturas pergunto-me se estou aqui. Estarei aqui? Se estou, não parece que estou. Se estivesse não havia silêncio. Havia ternura e carinho. Não havia indiferença. O problema é que estou. E ele não vê. Está ocupado demais para ver. Está ocupado demais para se preocupar em ver. Às vezes penso que é um descuido. Penso isto quando por trás penso que é mesmo assim, que não há remédio. Será sempre assim. Estarei aqui e ele lá. A única diferença é que o silêncio a mim perturba-me e, quando lhe digo, parece sempre ficar perturbado.
Fiz-me entender?
" Silêncio!
Do silêncio faço um grito
O corpo todo me dói
Deixai-me chorar um pouco...
Solidão!
Que nem mesmo essa é inteira...
Há sempre uma companheira
Uma profunda amargura "
Amália Rodrigues, Grito
De volta à realidade. Porque sim. Porque tem de ser. Já não estou mais num conto de fadas.
"Dá que pensar"
Sim, amor. Ao fim de quase três anos, dá que pensar.
É mesmo isso. 2 anos e meio e há um mês que não o vejo...
Estes posts estão a ficar deprimentes eu sei.
Depois de muito batalhar, Maria miko e Senhor Apêndice lá resolveram as coisas. É o que dá, dois teimosos, casmurros que não dão o braço a torcer. Mas pronto, ficou tudo bem, e começámos da maneira mais lamechas e peganhenta:
"Tens os pés mais perfeitinhos do mundo!"
Começou aquela fase crítica em que fazemos tudo para ficar em casa a marrar porque queremos passar a tudo e não deixar nada pendurado. Enquanto isto, as pessoas re-lembram-se de nos convidar para as mais variadíssimas coisas. Às vezes resisto e digo que "não". Outras, simplesmente não consigo. E depois fico com um melão em cima dos cornos porque a consciência pesa e penso "Devia ter ficado a estudar..."
Assunto que não tem nada a ver:
Enerva-me o bom tempo e os pombinhos que vêm com ele. Irrita-me os casais nos transportes que vão a comerem-se e a trocar olhares estúpidos. Irrita-me estar bom tempo e não ter o Apêndice comigo para passearmos de mãos dadas e fazermos figura de parvos.
"Gostava de passar a Páscoa cá..."
"Faltam 15 minutos, ainda vais a tempo..."
Decidiu. Entrou. A porta fechou. O comboio arrancou. E a menina chorou.
Vamos por já no contador invisível da minha cabecinha, pois a próxima vez será daqui a três semanas. E já prometi. E não posso voltar atrás.
Em primeiro lugar, passei na audição! O que significa que sexta feira vou actuar pela primeira vez. Fiquei com uma nervoseira tão estúpida que o meu estômago parecia que estava a ser perfurado por mil agulhas ao mesmo tempo. Mas pronto, correu bem, passei e é o que interessa. Uns quantos cigarros à vida, um telefonema desesperado ao Apêndice e e a coisa até que nem correu mal.
Ao telefone com o Apêndice ele disse-me uma coisa. A Cat. adicionou-o no Myspace. A Cat. é a ex. A ex que assombra qualquer namoro. A ex que assombrou os primeiros tempos de paixão entre mim e o Apêndice. Até escrevi aqui um desabafo sobre isso há uns tempos... Quando ele disse o nome dela não tremi, não receei nada. Acho que já não assombra, acho que já não faz parte. É história do passado, que apesar de não se esquecer, pode-se sempre pôr um bocadinho de terra não? Alguém também tem assombramentos destes?